Não exija perfeição

Aprenda a lidar com os defeitos do outro

Ele é distraído, ela fala demais; um é bagunceiro, o outro não é romântico... Assim é a vida, ninguém é perfeito. Para se conquistar um bom relacionamento amoroso é necessário ter em mente que as pessoas têm defeitos, caso contrário vive-se em guerra eterna com o cônjuge.

É claro que nem sempre é fácil aceitar os defeitos dos outros, no entanto, o convívio a dois requer muita tolerância. De acordo com a psicoterapeuta e sexóloga da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Mara Pusch, todos nós temos características que agradam aos outros e outras que incomodam, o que chamados de “defeitos”.

Segundo a especialista, o que nos incomoda é aquilo com o que devemos aprender a lidar para o êxito de uma relação. “Num relacionamento, o fundamental é diálogo, pois sem conversa não há como o outro saber o que incomoda nem como fazer para mudar ou não esta característica.”

Para a psicóloga, a pessoa que quer ter harmonia na relação tem que aprender a conviver com as diferenças. “Alguém tem que ceder, abrir mão, senão não há possibilidade de relação. Às vezes a característica que incomoda é ‘boba’ (como o caso de deixar a toalha em cima da cama) e pode-se aumentar a tolerância”, argumenta.

“Aprendemos um com outro”

O casal Érica dos Santos, 27 anos, e Jorge Antônio, 29, casados há 3 anos, hoje vivem em total harmonia, mas nem sempre foi assim. Eles contam que as brigas eram constantes depois que passaram a viver sob o mesmo teto.

“A Érica era muito perfeccionista. Nada que eu fazia estava bom. Até a louça que eu lavava, ela colocava defeito. Isso era motivo de muitas brigas”, conta.

“Todas as vezes que confiava qualquer responsabilidade nas mãos do Jorge, ele me decepcionava. Se era uma conta para pagar, ele esquecia; se era uma louça para lavar, não fazia direito. Aquilo me irritava muito”, lembra Alice.

As coisas só mudaram quando eles decidiram respeitar o jeito um do outro. “Passei a não pedir, ele notou que eu estava insatisfeita e veio me perguntar o que tinha acontecido. Lembro que neste dia tivemos uma longa conversa. Desde então, ele passou a ter mais responsabilidade e eu a cobrar menos dele.”